"A Obra da República"
Reformas de Instrução - Defesa do Ultramar - Perfis Republicanos
de Carlos Ferrão

1ª Edição s/d
Editorial O Século
328 Páginas

O título «A Obra da Republica» é demasiado ambicioso para o conteúdo deste livro. Embora abranja apenas parte dele pareceu-nos o mais ajustado à sua intenção. Por aquela expressão deve entender-se a acção dos que, em seguida à proclamação do regime republicano, assumiram o encargo de dirigir a Nação e reparar os estragos legados pela monarquia e pelos que a serviram em cargos de direcção e responsabilidade, na política e na administração. Os republicanos do nosso tempo, depositários do pensamento que presidiu à propaganda do ideal democrático, sobretudo desde que teve ao seu serviço, como força política organizada, o Partido Republicano, por ignorância, algumas vezes, por má fé, na maioria dos casos, separaram, mutilando-a, a obra realizada antes e depois de 1910 pelos que serviram o interesse nacional sob a bandeira da República.

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Carlos Ferrão (Lisboa, 1898 - Lisboa, 1979)
De famílias modestas, com formação de professor do ensino primário, tendo mesmo leccionado na Casa Pia, no entanto fez do jornalismo a sua profissão. Não tendo a sua formação escolar sido muito extensa, completou essa aprendizagem com leituras da melhor qualidade que aqui e ali indica. Dotado de uma utensilagem intelectual notável, dominava os segredos de uma escrita corredia que se torna atraente. Como jornalista tinha acesso aos despachos internacionais das agências que chegavam às redacções dos jornais sem passagem pela censura, informações de que soube aproveitar. Beneficiou do convívio com jornalistas e escritores de rara qualidade como Joaquim Manso, Norberto Lopes, Mário Neves, José Ribeiro dos
Santos ou Raul Rêgo. Foi um notável comentador da vida internacional. A sua actividade profissional cedo se confunde com a vocação de historiador.

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