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Alexandre O’Neill - Poesias Completas 1951/1986
Edição Imprensa Nacional Casa da Moeda de 1990
Qual é o projecto de O’Neill? Parece que o projecto a cumprir coincide com o programa do surrealismo: a libertação total do homem e a libertação total da arte. O que implica: primeiro, uma poesia de «intervenção», exortando os homens a libertarem-se dos constrangimentos de toda a ordem que os tolhem e oprimem (familiares, sociais, morais, quotidianos, psicológicos, políticos, etc.); segundo, a libertação da palavra de todas as formas de censura (estética, moral, lógica, do bom-senso, etc.).
Como se vê, um projecto revolucionário. E tanto mais revolucionário quanto sabemos que a recepção literária em Portugal se mostra pouco aberta às vanguardas (como já ficara provado relativamente à geração de Orpheu).
Consciente dessas limitações, O’Neill sente-as dramaticamente e, por um reflexo de desafio, exacerba a provocação. A libertação da palavra é, por ordem, a primeira. Com efeito, essa libertação é a sinédoque da libertação do homem.
Como escreve Maurice Blanchot num belo artigo sobre o surrealismo, «les mots sont libres, etpeut-être peuvent-ils nous libérer; il ne suffit que de les suivre, de s’abandonner à eux, de mettre à leur service toutes les ressources de l’invention et de la mémoire».»
Edição Imprensa Nacional Casa da Moeda de 1990
Qual é o projecto de O’Neill? Parece que o projecto a cumprir coincide com o programa do surrealismo: a libertação total do homem e a libertação total da arte. O que implica: primeiro, uma poesia de «intervenção», exortando os homens a libertarem-se dos constrangimentos de toda a ordem que os tolhem e oprimem (familiares, sociais, morais, quotidianos, psicológicos, políticos, etc.); segundo, a libertação da palavra de todas as formas de censura (estética, moral, lógica, do bom-senso, etc.).
Como se vê, um projecto revolucionário. E tanto mais revolucionário quanto sabemos que a recepção literária em Portugal se mostra pouco aberta às vanguardas (como já ficara provado relativamente à geração de Orpheu).
Consciente dessas limitações, O’Neill sente-as dramaticamente e, por um reflexo de desafio, exacerba a provocação. A libertação da palavra é, por ordem, a primeira. Com efeito, essa libertação é a sinédoque da libertação do homem.
Como escreve Maurice Blanchot num belo artigo sobre o surrealismo, «les mots sont libres, etpeut-être peuvent-ils nous libérer; il ne suffit que de les suivre, de s’abandonner à eux, de mettre à leur service toutes les ressources de l’invention et de la mémoire».»
ID: 653324503
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Publicado 26 de abril de 2024
Alexandre O’Neill - Poesias Completas 1951/1986
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