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Livro - José do telhado / Camilo Castelo Branco
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Descrição

José do telhado / Camilo Castelo Branco; ilustrações e grafismo [de] Tiago Manuel. A sombra de uma época / Joaquim Matos; O relevo de José do Telhado nas memórias do cárcere / Francisco Martins
PUBLICAÇÃO: [Porto]: Edinter, 1990
DESC.FÍSICA: 54 p.

"Esta história verídica remonta ao meado do século XIX, quando no reinado de D. Maria II e do (Rei-Consorte, isto é Rei marido de uma Rainha reinante) D. Fernando II, quando Portugal "voltava à carga" lentamente na colonização em África apesar de continuar a debater-se internamente com confrontos entre as diversas facções políticas liberais e com os resquícios dos tradicionalistas do miguelismo. O texto, dos 5 em causa, que começa mais cedo cronologicamente, é o de Castro Pinto (que desde os anos de 1990 tem sido autor de vários livros, principalmente ensaísticos, sobre gramática e linguística portuguesa e perfis biográfico, para além do Zé do Telhado, do rebelde Miguelista Algarvio "o Remexido", do salteador e cacique autárquico Beirão João Brandão, de Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós e Bocage), que começa com o nascimento e fundo familiar do herói (apresentando a documentação do seu registo de baptismo por exemplo). Ele nasceu numa família popular comum, que sem muitos meios para o criar o confiou ao seu tio tratador de gado ovino e caprino (erradamente descrito como um Francês endinheirado por Camilo), apaixonando-se aí contra desejo do tio pela prima Ana Lentina de Campos, com a qual casará mais tarde.
Ainda solteiro participa como oficial dos Lanceiros da Rainha do quartel de Cavalaria 2 no levantamento contra a revolução de Setembro feita contra a aplicação da Carta Constitucional (uma versão da Constituição de 1822 feita pelo Rei D. Pedro IV, o D. Pedro I do Brasil, com poderes reforçados para o Rei, tentativa de agradar ao seu irmão absolutista D. Miguel) e pela restauração da Constituição de 1822 (ou aplicação de uma versão mais avançada da mesma; os defensores desta Constituição ficaram pela data deste levantamento ficaram conhecidos como Setembristas), e depois da derrota dos defensores da Carta (chamados Cartistas) e da vitória dos rivais (Setembristas), José refugiou-se em Espanha, e foi mais tarde que voltou de lá e casou, e foi já homem feito e casado que em 1846 combate o governo Cartista anticlerical e centralista que incluía o Ministro Costa Cabral com uma coligação de Setembristas, Cartistas anti-Cabral, Miguelistas, militares com ambições políticas e povo comum na chamada "Revolução da Maria da Fonte", chegando ao posto de Sargento sob as ordens do General Sá da Bandeira (que se juntara aos revoltosos), e recebe a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito (mais alta condecoração ainda em vigor em Portugal) pelo papel numa expedição a Valpaços. Porém embora o governo seguinte exclua o impopular Cabral, incluía vários Cabralistas, e muito mais tarde Costa Cabral até chegaria a Primeiro-Ministro, numa altura em que o Zé do Telhado já havia caído em desgraça quer pelo regresso ao poder dos Cabralistas (que o "purgaram" das Forças Armadas) quer por dívidas de impostos acumuladas.
É este evento que provoca o começo das aventuras robin-dos-bosqueanas do herói nestes 5 livros (e nos filmes adaptados da estória deste salteador, o mudo de Rino Lupo de 1929 e o sonoro de Armando de Miranda de 1945 com sequela de 1949, ambos com o actor Virgílio Teixeira já referido na publicação sobre Nitockris), pois depois disso, José acaba por se encontrar com Custódio "o Boca-Negra" (pelos lábios e dentes escurecidos pelo fumar excessivo de tabaco), o (lendário? Histórico? Quem sabe) maior salteador do Norte de Portugal e das Beiras, e este acaba por fazer de José o seu sucessor como líder do bando, que iria aumentando e "usar" em assaltos principalmente na zona da Serra do Marão mas expandindo-se pela maioria do Minho e do Douro Litoral, que serviam tanto para sustentar as famílias dos assaltantes do bando como para uma certa redistribuição entre os desfavorecidos dos locais de actividade do bando (por vezes sendo até ex-vítimas de roubos que foram algo prejudicadas pelo "servicinho"). E, como o bando do fora-da-lei Inglês equivalente, pela forma como num ou outro episódio mais cómico das narrativas da vida e acção deste fora-da-lei Português dadas por estes 4 autores, expõem os poderosos e os fracos de espírito e de têmpera pelos seus "podres".
Fora os oponentes dos episódios específicos de um livro ou outro, Zé do Telhado tem inimigos constantes, os líderes das autoridades policiais, a família política dos Cabrais e o Zé Pequeno, um membro do seu bando que já havia pertencido ao bando do "Boca-Negra" que é desenhado como um rival do herói do primeiro momento em diante (como um possível sucessor do "Boca-Negra" "frustrado" pela escolha do recém-chegado) por Castro Pinto e ao longo de várias insinuações e episódios ao longo dos enredos dos três autores das obras aqui em questão até uma traição final. Assim o José ou Zé do Telhado representa também (quando lido politicamente, o que é provavelmente ler demais no fenómeno histórico, mas na idealização de uma ficção, leituras destas podem aplicar-se) um certo levantamento libertário contra a burocracia estatal, a autoridade policial do mesmo Estado e elementos "degradados" da própria classe baixa que não é idealizada nesta lenda (o que por exemplo o analista do populismo Chip Berlet atribuía ao populismo de direita, que segundo ele se centraria na classe média ou trabalhadora criticando "parasitas" acima e abaixo de dita classe, abaixo incluindo a parte da classe baixa não empregada e subsidiada para sobreviver), um levantamento contra impostos, burocracia, dívidas, clientelismos e afins. E, claro, a rivalidade com o Zé Pequeno não representa só isso tudo mas é uma rivalidade pessoal entre dois "homens de armas". Tudo isto num Portugal do meado do século XIX centralizado e em que havia fraca tentativa de descentralização (idealizada por Mouzinho da Silveira e o autor já estudado Alexandre Herculano), que lutava para manter um império colonial ante interesses britânicos, franceses e afins e em que se discutia o fim da escravatura.
Em todos estes cinco textos a vida deste salteador era uma sucessão de lutas, de anedotas no sentido mais episódico e menos cómico do termo (Camilo é provavelmente dos 4 o autor que mais se foca neste ângulo, visto que a sua obra é mais descritiva que de enredo constituído por cenas e personagens que dialogam), de rivalidades com poderosos ou dentro do bando e de actos de humanismo e redistribuição da parte dos salteadores, com piedade para com viúvas assaltadas e "mulheres de armas" (como narrado por Castro Pinto). É digno de nota a piedade humanista e cristã, e religiosidade intensa apresentada por José, que lhe dá um retrato quase de santo secular popular, só diferindo de muitos santos católicos nas suas origens populares (e não de nobre que "desce" até ao povo após tomar votos), as mesmas origens que lhe permitem esconder-se entre o mesmo povo e sobreviver para outro dia da forma que alguns foras-da-leis e guerrilheiros mais elitistas não conseguiram, as mesmas origens que fizeram com que caísse nas mãos da lei e fosse aprisionado (sem qualquer margem de manobra que enquanto aristocrata provavelmente teria), e as mesmas origens que o faziam entender tão bem a situação dos desfavorecidos e ser tão redistributista para com eles." Fonte do texto: Blogg boss ferreira monteiro

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Paulo S

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Esteve online dia 15 de abril de 2024

Publicado 10 de abril de 2024

Livro - José do telhado / Camilo Castelo Branco

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