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CRÍTICAS DE IMPRENSA
"Na década de 60, Londres era o centro do universo (artístico). As memórias parcelares (1960/1974) de Luís Amorim de Sousa, Londres e Companhia, são um curiosíssimo retrato dessa época [...] A sua aculturação é tutelada por dois escritores portugueses expatriados, Alberto de Lacerda e Helder Macedo. Amorim conhece Doris Lessing, negoceia com a secretária de Eliot, passa por Auden num corredor, recebe Ted Huhges, conversa ao telefone com [Sylvia] Plath [...], encontra Neruda e Octavio Paz, [...] convive com João Cutileiro, Paula Rego ou Menez, Cesariny (que em casa de Amorim escreveu alguns dos Poemas de Londres) ou Manoel de Oliveira."
Pedro Mexia, Diário de Notícias
Todo o meu trabalho em prosa é autobiográfico. Muito embora os meus livros anteriores tenham sido recebidos como romances, a verdade é que nunca publiquei uma página de ficção. Há inúmeras maneiras de abordar o tratamento da escrita autobiográfica. Tanto em «Crónica dos Dias Tesos» (Assírio & Alvim, 1996) como em «O Pico da Micaia» (Assírio & Alvim, 1997), dei uma arrumação aos factos para conseguir um efeito narrativo capaz de dar uma história.
«Londres e Companhia», como afirmo na nota introdutória, não é propriamente um livro de memórias. Foi escrito como quem manuseia objectos queridos guardados numa caixa de recordações. Aquilo que dele espero é a partilha da experiência de uma vida conduzida na exigência de ser livre e no culto da amizade, no prazer da descoberta e o gosto de conviver. Há um prazer discreto mas real em ter vivido uma época e invocá-la para ser simultaneamente protagonista, testemunha e encenador. (Luís Amorim de Sousa)