Primeira edição do oitavo volume dos dezasseis de uma das mais importantes obras da literatura portuguesa do século XX. Neste seu diário, Miguel Torga reúne algumas das suas melhores páginas, em prosa ou em verso, onde a sua humanidade se reflete através da observação da natureza, das pessoas ou dos grupos sociais, da dignidade humana, da liberdade ou da justiça.

O VIII Diário de Miguel Torga termina no Natal de 1959 e nele se inclui uma mistura de poesia, contos, memórias, crítica social e reflexões. Foi proibida a circulação e nem o abaixo-assinado de protesto assinado por nomes como Aquilino Ribeiro, Urbano Tavares Rodrigues ou Francisco Sousa Neves mudaram o seu estado.

Mais aguçado na escrita e na observação, Torga revela uma imagem de Portugal especial: " "É engraçado observar a comédia da vida portuguesa neste palco termal de três pisos. O povo, a pequena burguesia e a alta finança, todos doentes, mas cada qual a fazer o seu papel o melhor que pode. Simplesmente como atuam em compartimentos estanques e não se veem nem se ouvem uns aos outros, as réplicas são absurdas e as cenas desencontradas. Tem-se a impressão de assistir a uma representação de loucos" (gerês, 22 agosto de 1958).

Edição de 1959, livro em bom estado de conservação, com marcas de acidez do tempo.

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