Este quadro foi para mim algo inovador porque foi a primeira vez que juntei vidros, cordões e areia à tinta celulosa e sintética (ramo automóvel) criando assim uma pintura algo escultural.

Apesar de pintado em 1999 o tema está mais atual do que nunca. No canto superior esquerdo temos o planeta terra representada pela esfera branca sobreposta depois por vidro azul fazendo assim o Planeta Azul vista do espaço.

No canto direito a cara com os olhos e sorriso representa o homem. Entre estes dois elementos temos um caminho longo cheio de obstáculos (vidros de várias cores) que demonstra a dificuldade em conciliar o aumento demográfico, o consumo desmedido e crescimento económico abusivo com a saúde do nosso planeta.

Atualmente existe uma grande preocupação em torno do meio ambiente e dos impactos negativos da ação do homem sobre ele, nomeadamente com a poluição e o consumo exagerado dos recursos naturais.

No entanto já parece claro para todos que o Planeta irá retribuir todo o mal que lhes estamos a fazer, já que as alterações climáticas, o aquecimento global e os eventos climáticos cada vez mais agressivos e garantidamente não será apenas o Planeta Terra a sofrer.

Os vidros azuis no planeta terra e no próprio quadro representa precisamente esse perigo do Planeta nos devolver todo o mal que lhe estamos fazer e se em 1999 quando pintei o quadro isso era apenas uma previsão realista, agora em 2023 já todos sabemos as consequências dos nossos erros.

O quadro levou duas de mãos de verniz industrial, por isso os vidros partidos incluídos no quadro são inofensivos. Este é mais um quadro que acho que merece sair de baixo da cama onde ele atualmente se encontra.